É bem possível que Montaigne tenha começado a escrever para abrandar um sentimento pessoal de solidão, mas sua obra também serviu, de certa forma, para abrandar a solidão dos próprios leitores. Ao falar de si mesmo, da filosofia e do mundo com extrema elegância, bom senso, acidez e honestidade intelectual, Montaigne não apenas fundou um novo gênero literário (o ensaio), como demonstrou que os chamados pensadores, ou filósofos, não precisam falar somente de coisas grandiosas, muito sérias e cosmogônicas. Ele trouxe as reflexões do dia a dia para o grande palco da Filosofia, e na posteridade decerto fez incontáveis bons amigos: seus leitores.
A primeira edição dos Ensaios foi publicada em 1580, na cidade de Bordeaux, composta por dois livros. Em Paris, no ano de 1588, é publicada a quinta edição dos Ensaios, já com três livros. Um exemplar impresso desta edição, contendo correções e alterações de Montaigne, é conhecido como a Cópia de Bordeaux, hoje localizado na Biblioteca Municipal de Bordeaux. Com este e as várias anotações deixadas por Montaigne, em 1595 é publicada por Marie de Gournay, espécie de discípula intelectual do autor, a primeira edição póstuma, onde ela acrescentou citações, notas e um longo prefácio; esta edição serviu como base para as diversas publicações dos Ensaios ao longo dos séculos. A edição completa traz 107 ensaios de tamanhos variados; esta seleção traz 6 dos seus melhores ensaios, incluindo Filosofar é aprender a morrer e A amizade.
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Número de páginas
Equivalente a aproximadamente 120 págs. de um livro impresso (tamanho A5).
Sumário (com índice ativo)
— Prefácio
— Ao leitor
— 1. Filosofar é aprender a morrer
— 2. A educação das crianças
— 3. É loucura atribuir o verdadeiro e o falso à nossa competência
— 4. A solidão
— 5. A amizade
— 6. Porque só devemos julgar nossa felicidade após nossa morte
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[ uma edição Textos para Reflexão distribuída em parceria com a Bibliomundi — saiba mais em raph.com.br/tpr ]