Ambientada no Pará, região de ricos seringalistas e castanheiros, a história deste romance levanta a problemática da pureza e do pecado, contrapondo o submundo da prostituição — fruto da desgraça, do desamor e da miséria — ao mundo do fanatismo religioso e da moralidade hipócrita de uma sociedade de riqueza ostentatória e de sexualidade mal-resolvida.
Esmeralda, tem belos olhos verdes, nascida da união da mãe branca com um negro que a violentara, é, a princípio, rejeitada pelo padrasto e, mais tarde, por ele desvirginada. Sem poder resolver os conflitos morais em que se debate e não desejando ceder as instâncias do homem, que a quer levar para longe da família, Esmeralda foge para Belém, onde se prostitui nas ruas para sobreviver. Descoberta por agenciadores de prostitutas, é levada para um cabaré à beira-rio, onde se torna a principal atração e o objeto de adoração do dono da casa noturna, o homossexual Cleo, conhecido como Suzi. Completamente seduzido pela beleza de Chuva Crioula — nome com que Esmeralda se apresenta no cabaré –, Doca, um frequentador da casa, que se diz rico herdeiro de um seringalista, paga o alto preço da exclusividade no amor da bela mulher. Após mais de 5 anos nessa vida de prostituta de luxo, Esmeralda encontra, o rancho de Daniel, padre que largara a batina. Ao lado dele, numa relação estritamente fraternal, ela redescobre a pureza da vida simples dos seus tempos de menina. Porém, Esmeralda ainda encontrará muitos conflitos em sua busca por paz e uma vida tranquila.